quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Voltando ao primeiro amor (1)



Quem não se lembra dos primeiros dias na presença do Senhor, da descoberta do sobrenatural... parecia que estávamos novinhos em folha, longe da condenação que nos assolava, sem o peso do pecado, sentido a doce liberdade do Espírito Santo em nós.
Era como se tivéssemos realmente nascido de novo e já estivéssemos ansiosos para dar os primeiros passos. O fogo queimava em nossos corações por mais de Deus, e cada minuto, cada hora, cada dia na presença do Senhor nos parecia muito pouco. Mergulhávamos fundo em cada palavra, e cada descoberta era um impulso pra mais perto de Deus.

Culto, célula, escola de líderes, vigília, intercessão ou qualquer coisa que nos envolvesse na obra era o nosso prazer; sempre estávamos a toda, prontamente dispostos a servir Àquele maravilhoso Deus, que agora não conhecíamos só de ouvir falar.
Como ansiávamos pela Sua presença. Parecia até que o mundo tinha mais cor!
E o evangelho então?! Falar de Seu amor era a nossa paixão, e a fonte de águas vivas que estava em nós jorrava ao mesmo tempo em que nos enchia cada vez mais, conforme falávamos do nosso grande Rei.
Ahhh... Nossa alma suspirava!!!
Mas peraí...
Você deve ter reparado que tudo o que eu escrevi foi no passado né?! Pois é, estou me referindo ao primeiro amor, as primeiras experiências com Deus, o nosso primeiro sopro de vida espiritual.
 Foi com muito pesar que escrevi palavras tão lindas me referindo ao passado, pois muitas vezes esta não é mais a realidade em que estamos vivendo. O primeiro amor tem se perdido de nós...temos deixado, muitas vezes que aquele fogo que ardia em nós se transforme em uma brasinha de domingo.
Mas este tão lindo amor não se perdeu pra sempre, pois o mesmo Deus que nos inspirou, que fez arder este tão grande amor em nossos corações não mudou, e Ele ainda habita em nós.
Quando éramos crianças e ganhávamos um brinquedo novo, era essa a nossa alegria ,durante uma semana, ou no máximo um mês. Passávamos o tempo que podíamos descobrindo o máximo sobre aquele brinquedo, e enquanto era uma novidade, enquanto nos divertia éramos "fiéis" a ele, brincando todos os dias sem falta e o colocando como primeiro em nosso ranking de brinquedos mais divertidos. Mas passavam-se uma semana, um mês e esse brinquedo ia perdendo a graça pra nós, pois nós já o conhecíamos por completo, nós não esperávamos mais nada dele, então o abandonávamos, e o deixávamos de lado, pegando poeira no armário ou embaixo da cama. Logo começávamos a encher o saco da nossa mãe por um brinquedo novo (fato!)
Me entristeço em dizer que nosso precioso Deus muitas vezes tem sido tratado  como este brinquedo velho. Às vezes até por nós mesmos. Enquanto Deus é novidade, enquanto sentimos um "arrepio", somos fiéis, mas chega um ponto que pensamos que Deus não tem mais nada pra nos oferecer, que já conhecemos o suficiente e então o deixamos (mesmo sem perceber) no cantinho.
O Senhor  não é Deus de mesmice, Ele sempre fez e faz coisas inusitadas na vida de quem O busca quem está disposto a viver uma vida de novidades. Quem paga o preço pra viver uma vida com Deus nunca fica entediado.
Por acaso abrir o mar vermelho é algo normal, cotidiano? O sol para todo dia? É todo dia que os mortos ressuscitam? Que os cegos enxergam?
Isso não é normal, nem acontece na vida de qualquer um, mas aconteceu na vida daqueles que pagaram um preço de fidelidade ao Senhor.
Não podemos deixar essa chama se apagar. Temos que ser renovados  todos os dias.

Esta mensagem foi lida durante uma reunião dos jovens, encontrada na internet. Se você é o autor entre em contato comigo.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Minha máscara diária



Comecei a refletir sobre as músicas que ouço, elas fazem declarações lindas de amor a Deus, dizem que O ama mais do que tudo, de que Ele é o centro de tudo o que desejamos e por aí vai. Fazendo um auto-exame de consciência percebo que estou bem longe desse amor tão idealizado nas canções. Nem sei fazer essas declarações de amor a Deus e nem me acho tão apaixonada assim. Lembrando que o primeiro mandamento é: 
 ''Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.'' 
                           Marcos 12.30

Então na hora do culto geralmente coloco uma máscara, finjo estar sentido aquilo que o cantor está dizendo na música... mas é pior, porque me sinto uma hipócrita, então resolvo me calar, ouvir a letra, pedir que Deus me deixe do jeito que Ele quer e não como a pessoa da música diz. Sei que Deus procura verdadeiros adoradores que O adorem em espírito e em verdade, mas lembro que adorar vai além de cantar e de fazer declarações apaixonadas, adorar envolve ter atitudes que provem esse amor, espero que minhas atitudes sejam dignas do meu Mestre.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Sem cera

Vênus de Milo- Wikipedia
SINCERIDADE 
Na Roma Antiga, os interessados mandavam esculpir estátuas para adorno de seus palácios. Diversas vezes o escultor encobria pequenos defeitos do mármore, comprimindo cera nos lugares onde havia falhas. Com o tempo, a cera se desfazia e o buraco aparecia, depreciando a peça. Por isso, alguns mais atilados, quando faziam a encomenda, pediam: "Sine cera". Dai nos vieram as palavras: sincera, sincero, sinceridade e derivados. 

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Arrancando os rótulos




 Alguém já percebeu que temos uma dificuldade imensa de sermos o que somos sem rótulos ou obrigação de termos uma postura fixa sobre algo, uma posição política apartidária ou uma tendência teológica que foque na Bíblia e não em correntes pré-estabelecidas?

Fazemos isto em todas as áreas da vida, podendo ser percebida esta tendência de posições extremas desde pequenos, quando já as nossas aptidões começam aflorar. Raramente uma criança que gosta de esportes será um leitor aplicado ou vice-versa. Mas alguém pode questionar se isto não seria algo natural e pessoal.

Sim! É claro! Mas conheço muita gente que gosta de esportes e acredita que não poderá ter intimidade com livros ou pessoas aplicadas às letras que não fazem exercícios porque acostumaram com a fama de “nerd”. O curioso é que em ambos os casos eles só se libertam do preconceito na fase adulta, quando já aprenderam a lidar com opiniões contrárias.

Fiz esta pequena introdução pra iniciar a reflexão dos caminhos e posições que adotamos quando convertemos ao evangelho.

Pra começar, dificilmente conseguiremos imaginar alguém se convertendo sem estar ligado a alguma denominação, pois esta ideia em nossa visão ocidental institucional é algo impossível. E é daí que começamos a nos dirigir aos extremos.

Primeiramente, há denominações tradicionais ou históricas e pentecostais. E como se não bastasse, dentro das tradicionais há alas naturalmente conservadoras e as mais propensas ao pentecostalismo, que por sua vez, também possuem estas alas, só que invertidas. Enquanto no meio histórico o bom é ser conservador, no meio pentecostal ser conservador é ser “frio”, portanto, repreensível. Sem contar que tanto no meio tradicional quanto no pentecostal ainda há pessoas inclinadas a terceira corrente, o neo-pentecostalismo, que não considero extremo, pois não segue nenhum paradigma das anteriores, criando suas próprias leis e regras de acordo com suas próprias conveniências pessoais.

Diante destas questões é fácil concluir que fatalmente teremos que optar primeiro por uma denominação dentro das nossas convicções teológicas e num segundo momento, não tem jeito, se não nos posicionarmos, alguém terá o trabalho de nos rotular de alguma forma.

Em um determinado momento, pra não ser sufocado pela hipocrisia ou afastamento da fé, tive que romper com estas amarras e declarar em alto e bom som que não era evangélico, nem pentecostal, nem arminiano, nem calvinista, nem pré/pós milenista ou qualquer outra classificação que queiram dar.
Sou um cristão que tem a Bíblia como única regra de fé e prática, portanto:

  1.      Creio em um único Deus subsistente eternamente nas pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

   2.      Creio em um plano de salvação como fruto do amor de Deus por nós, manifestado pela doação do seu único filho para que por Ele fôssemos salvos. Que ao morrer e ressuscitar, Jesus deixou o Espírito Santo, o Consolador que nos convence do pecado e nos reveste com poder. Não perco tempo em vãos debates sobre predestinação ou livre-arbítrio, pois se fui eleito ou se tive opção, o que importa é que a Bíblia ensina que o que perseverar até o fim será salvo. Portanto, eu tenho é que ficar na presença do Senhor, independente de tudo. É isto que a Bíblia ensina, o resto é embate de teólogos pra ver que é o mais “entendido” da Palavra.

  3.      Creio no céu e no inferno e que Cristo virá pra nos arrebatar. E apesar de conhecer as principais correntes escatológicas, prefiro apenas aguardar a vinda do Senhor me santificando e dedicando às questões claras do dia-a-dia, sem discussões sobre épocas e eventos, apenas aguardando e enfrentando o que vem pela frente com orientação a bíblica.

Isto é o que creio e isto é o que sou sem rótulos ou partidos eclesiásticos.
O objetivo deste post é te desafiar a ser um cristão bíblico no exemplo dos bereanos, sem rótulos, mas com as marcas de Cristo, em harmonia com a família, comunhão com a Igreja e dando bom testemunho aos que ainda estão de fora.

Por Gígio Campos
@Gigio_Campos

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