Alguém já percebeu que temos uma
dificuldade imensa de sermos o que somos sem rótulos ou obrigação de termos uma
postura fixa sobre algo, uma posição política apartidária ou uma tendência
teológica que foque na Bíblia e não em correntes pré-estabelecidas?
Fazemos isto em todas as áreas da
vida, podendo ser percebida esta tendência de posições extremas desde pequenos,
quando já as nossas aptidões começam aflorar. Raramente uma criança que gosta
de esportes será um leitor aplicado ou vice-versa. Mas alguém pode questionar
se isto não seria algo natural e pessoal.
Sim! É claro! Mas conheço muita
gente que gosta de esportes e acredita que não poderá ter intimidade com livros
ou pessoas aplicadas às letras que não fazem exercícios porque acostumaram com
a fama de “nerd”. O curioso é que em ambos os casos eles só se libertam do
preconceito na fase adulta, quando já aprenderam a lidar com opiniões
contrárias.
Fiz esta pequena introdução pra
iniciar a reflexão dos caminhos e posições que adotamos quando convertemos ao
evangelho.
Pra começar, dificilmente
conseguiremos imaginar alguém se convertendo sem estar ligado a alguma
denominação, pois esta ideia em nossa visão ocidental institucional é algo
impossível. E é daí que começamos a nos dirigir aos extremos.
Primeiramente, há denominações
tradicionais ou históricas e pentecostais. E como se não bastasse, dentro das
tradicionais há alas naturalmente conservadoras e as mais propensas ao
pentecostalismo, que por sua vez, também possuem estas alas, só que invertidas.
Enquanto no meio histórico o bom é ser conservador, no meio pentecostal ser
conservador é ser “frio”, portanto, repreensível. Sem contar que tanto no meio
tradicional quanto no pentecostal ainda há pessoas inclinadas a terceira corrente,
o neo-pentecostalismo, que não considero extremo, pois não segue nenhum
paradigma das anteriores, criando suas próprias leis e regras de acordo com
suas próprias conveniências pessoais.
Diante destas questões é fácil
concluir que fatalmente teremos que optar primeiro por uma denominação dentro
das nossas convicções teológicas e num segundo momento, não tem jeito, se não
nos posicionarmos, alguém terá o trabalho de nos rotular de alguma forma.
Em um determinado momento, pra
não ser sufocado pela hipocrisia ou afastamento da fé, tive que romper com
estas amarras e declarar em alto e bom som que não era evangélico, nem
pentecostal, nem arminiano, nem calvinista, nem pré/pós milenista ou qualquer
outra classificação que queiram dar.
Sou um cristão que tem a Bíblia
como única regra de fé e prática, portanto:
1. Creio em um único Deus subsistente eternamente
nas pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
2. Creio
em um plano de salvação como fruto do amor de Deus por nós, manifestado pela
doação do seu único filho para que por Ele fôssemos salvos. Que ao morrer e
ressuscitar, Jesus deixou o Espírito Santo, o Consolador que nos convence do pecado
e nos reveste com poder. Não perco tempo em vãos debates sobre predestinação ou
livre-arbítrio, pois se fui eleito ou se tive opção, o que importa é que a
Bíblia ensina que o que perseverar até o fim será salvo. Portanto, eu tenho é
que ficar na presença do Senhor, independente de tudo. É isto que a Bíblia
ensina, o resto é embate de teólogos pra ver que é o mais “entendido” da
Palavra.
3. Creio
no céu e no inferno e que Cristo virá pra nos arrebatar. E apesar de conhecer
as principais correntes escatológicas, prefiro apenas aguardar a vinda do
Senhor me santificando e dedicando às questões claras do dia-a-dia, sem
discussões sobre épocas e eventos, apenas aguardando e enfrentando o que vem
pela frente com orientação a bíblica.
Isto é o que creio e isto é o que
sou sem rótulos ou partidos eclesiásticos.
O objetivo deste post é te
desafiar a ser um cristão bíblico no exemplo dos bereanos, sem rótulos, mas com
as marcas de Cristo, em harmonia com a família, comunhão com a Igreja e dando
bom testemunho aos que ainda estão de fora.
Por Gígio Campos
@Gigio_Campos
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