Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois com
o critério com que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que tiverdes
medido vos medirão também. Mateus 7:1 e 2.
A Bíblia Viva traduz a primeira parte desse texto da
seguinte maneira: "Não critiquem, e assim vocês não serão
criticados!" Em geral isso pode ser verdade, mas há exceções. Algumas
pessoas que nunca condescendem com a crítica aos outros, são criticadas pelos outros
assim mesmo. A Bíblia na Linguagem de Hoje diz: "Não julguem os outros
para não serem julgados por Deus". Isso está mais próximo da verdade, mas
acho que a Edição Revista e Atualizada tem o melhor texto.
Um dos casos mais incríveis de julgamento errado de
que já ouvi falar, foi feito por Honoré de Balzac, o prolífico romancista
francês. Além de escrever romances, ele se considerava um perito em grafologia
- o estudo (não, não é ciência) de textos escritos à mão para determinar o
caráter e a personalidade de uma pessoa.
Certo dia, uma senhora levou ao grande escritor um
caderno que continha uns rabiscos infantis. Pediu que ele os analisasse.
Depois de esquadrinhar cuidadosamente o texto, o
culto homem concluiu que a criança era mentalmente retardada; mas ele quis ser
diplomático e perguntou:
- A senhora é a mãe da criança?
- Não, eu não tenho laço nenhum de parentesco com ele
- respondeu a senhora.
- Ótimo.
A testa de Balzac enrugou-se. Ele perguntava a si
mesmo: "Como posso ser bondoso e ainda assim contar a verdade?" A
franqueza venceu.
- A escrita dessa criança dá todos os indícios de
imbecilidade. Temo que o menino nunca se torne grande coisa na vida, se é que
vai ser alguém.
- Mas, senhor - protestou a mulher - esses rabiscos
são seus. O senhor não reconhece a letra? Esse caderno foi seu, quando
frequentava a escola de Vendôme.
Balzac evidentemente não conseguiu reconhecer a
própria letra!
Tenho visto grafólogos fazerem fascinantes e espertas
"adivinhações" - e acertarem. Mas também já tive oportunidade de ver
erros deles. Os julgamentos humanos são falíveis e isso é especialmente verdade
no que se refere aos motivos. Só Deus pode ler o coração; você e eu não podemos
(ver 1
Sam. 16:7). Não é surpreendente,
portanto, que condenemos a nós mesmos quando julgamos os outros em questões nas
quais não somos competentes.
Fonte: The Word Bible Ilustrações